domingo, 29 de novembro de 2009

I Seminário da Juventude de Religiões Afro-Brasileiras

O Primeiro seminário da Juventude teve sua data confirmada. Ele acontece na prainha no dia 17/12/2009 á partir das 9h da manhã.
Esperaamos contar com a presençã de todos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Câmara aprova o Estatuto da Igualdade Racial


A comissão especial que analisou o Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/05) aprovou a redação final do substitutivo do relator, deputado Antônio Roberto (PV-MG). O texto prevê medidas como o incentivo à contratação de negros em empresas, o reconhecimento da capoeira como esporte, a reclusão de até três anos para quem praticar racismo na internet, o livre exercício dos cultos religiosos de origem africana e o estímulo às atividades produtivas da população negra no campo. A proposta foi o resultado de mais de seis anos de discussão no Congresso.

Depois de um acordo com deputados contrários a alguns pontos da matéria, a comissão aprovou a redação final do substitutivo com mudanças em relação ao texto original. Entre elas, estão a redução de 30% para 10% da proporção de candidatos negros que os partidos devem ter nas eleições; a retirada da obrigatoriedade de reserva, nos estabelecimentos públicos, de vagas para alunos negros vindos de escolas públicas na mesma proporção dessa etnia na população; e a supressão do inciso que definia quem eram os remanescentes de quilombos.

Outra mudança foi a retirada da expressão "Igualdade" do dispositivo que trata da contratação de atores negros em produções artísticas. Mesmo com as modificações, Antônio Roberto frisou: "A essência continua a mesma: a inserção do negro brasileiro nos níveis de poder".

A matéria tramita em caráter conclusivo e será enviada ao Senado. Um dos pontos do acordo foi o de que não seria apresentado nenhum recurso no sentido de que o projeto fosse votado no Plenário da Câmara.



Reconhecimento da desIgualdade

Na opinião do presidente da comissão especial, deputado Carlos Santana (PT-RJ), as mudanças no texto não são significativas. Segundo ele, "já é o máximo" o fato de haver o reconhecimento da condição de desIgualdade da população negra. "Para todos que estão na favela, nos cárceres, porque lá somos maioria, esta é uma vitória", sustentou.

Participante das negociações que possibilitaram o acordo, o ministro da Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, também considerou que a grande conquista é o reconhecimento da desIgualdade: "Esse documento dá visibilidade à presença do negro na sociedade, às condições em que ficou após a Abolição da Escravatura e aos direitos que teve sonegados. Teremos condição de dar celeridade à reparação desses problemas por meio de políticas públicas do Estado."

Autor da primeira versão do projeto do estatuto no Senado, em 2003, o senador Paulo Paim (PT-RS) comemorou a aprovação. Ele disse compreender as mudanças que o projeto sofreu: "Aqui foi aprovado o texto possível. O mingau se come pelas beiradas, e foi isso que o movimento social, com muita inteligência, soube fazer."

Já o deputado Damião Feliciano (PDT-PB) reclamou das mudanças e disse que foram prejudicadas "muitas conquistas", como as cotas na educação. "Estamos aprovando um estatuto desidratado", avaliou. Ele disse que, inicialmente, era prevista uma cota de 20% de atores negros nos meios de comunicação, percentual que ficou fora da versão final.

Veja os principais pontos da proposta aprovada

Os principais pontos do substitutivo aprovado do Estatuto da Igualdade Racial são:

- Empregos: o Poder Público poderá oferecer incentivos a empresas com mais de 20 empregados que contratarem pelo menos 20% de negros.

- Capoeira: A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional. Assim, o Estado deverá garantir o registro e a proteção da capoeira, inclusive destinando recursos públicos para essa prática. A atividade de capoeirista é reconhecida em todas as modalidades (esporte, luta, dança e música).

- Discriminação: A proposta acrescenta à Lei 7.716/89, sobre discriminação racial, o crime de expor, na internet ou em qualquer rede pública de computadores, informações ou mensagens que induzam ou incitem a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevista é reclusão de um a três anos e multa.

- Liberdade religiosa: A proposta assegura o livre exercício dos cultos religiosos de origem africana, prevendo inclusive assistência religiosa aos seus seguidores em hospitais e também denúncia ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa.

- Acesso à terra: O poder público promoverá a isonomia nos critérios de financiamento agrícola para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo.

- Moradia: Os programas de moradia do governo federal deverão assegurar tratamento equitativo à população negra, assim como os bancos públicos e privados que atuam em financiamento habitacional.

- Foto em currículo: A proposta proíbe empregadores de exigir boa aparência e de pedir fotos em currículos de candidatos a empregos. Os infratores ficam sujeitos a multa e prestação de serviços à comunidade.

- Recursos públicos: Os planos plurianuais (PPAs) e os orçamentos anuais da União deverão prever recursos para a implementação de programas de ação afirmativa nas áreas de educação, cultura, esporte e lazer, trabalho, meios de comunicação de massa, moradia, acesso à terra, segurança, acesso à Justiça, financiamentos públicos e contratação pública de serviços e obras.

- Saúde: a proposta fixa as diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O CANDOMBLÉ


No começo não havia separação entre o Orum, o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos humanos. Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras.

Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas. O céu imaculado do Orixá fora conspurcado.O branco imaculado de Obatalá se perdera.
Oxalá foi reclamar a Olorum. Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o Céu da Terra.
Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida.E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos.
Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados.Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram.
Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados.Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra.
Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos.Foi a condição imposta por Olodumare.
Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade, ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo: preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás.
Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão.
De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás.
Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta, banhou seus corpos com ervas preciosas, cortou seus cabelos, raspou suas cabeças, pintou seus corpos.
Pintou suas cabeças com pintinhas brancas, como as pintas das penas da conquém, como as penas da galinha-d’angola.
Vestiu-as com belíssimos panos e fartos laços, enfeitou-as com jóias e coroas. O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé, pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa.Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros, e nos pulsos, dúzias de dourados indés. O colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas e múltiplas fieiras de búzios, cerâmicas e corais.
Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de ori, finas ervas e obi mascado, com todo condimento de que gostam os orixás.Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê.
Finalmente as pequenas esposas estavam feitas, estavam prontas, e estavam odara.
As iaôs eram as noivas mais bonitas que a vaidade de Oxum conseguia imaginar.
Estavam prontas para os deuses. Os orixás agora tinham seus cavalos, podiam retornar com segurança ao Aiê, podiam cavalgar o corpo das devotas. Os humanos faziam oferendas aos orixás, convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs.
Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos.
E, enquanto os homens tocavam seus tambores, vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás, enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê, os orixás dançavam e dançavam e dançavam.
Os orixás podiam de novo conviver com os mortais.
Os orixás estavam felizes.Na roda das feitas, no corpo das iaôs, eles dançavam e dançavam e dançavam.
Estava inventado o candomblé.

Dicionário

- A -
Adó = comida feita com pipocas em grão e epô.
Abá = pessoa idosa, velho.
Abadá = blusão usado pelos homens africanos.
Abadó = milho de galinha.
Abará = nome de uma comida de origem africana.
Abébé = leque.
Abiodum = um dos Obá da direita de Xangô.
Adê = coroa.
Adetá = Oriki, nome sacerdotal.
Adun = comida de Oxun, milho pilado, azeite dendê e mel.
Afonjá = uma qualidade de Xangô.
Agboulá = nome de um Egun.
Agôgô = instrumento musical feito de ferro.
Ayabá = orixá feminino, senhora idosa.
Aiê = o mundo terrestre.Airá = uma qualidade de Xangô.
Ajá = campainha, sino.Ajimudá = título sacerdotal.
Akôrô = uma das invocações e dos nomes de Ogun.
Aku = obrigação funerária.akukó = galo.
Alá = espécie de pano branco.
Alabá = nome de um sacerdote do culto aos ancestrais.
Alabê = tocadores de atabaque.
Alafiá = felicidade; tudo de bom.
Alafin = invocação de Xangô: nome do rei de Oió – Nigéria.
Alapini = nome sacerdotal do culto aos ancestrais.
Alasê = cozinheira.Alé = noite.
Apaoká = uma jaqueira que tem esse nome no Axé Opô Afonjá.
Aramefá = conselho de Oxossi, composto de seis pessoas.
Aré = nome do primeiro Obá de Xangô.
Ararekolê = como vai?
Aressá = um dos Obá da esquerda de Xangô.
Ariaxé = banho na fonte no início das obrigações.
Arô = nome que se dá ao par de chifres de boi usado p/ chamar Oxossi.
Arôlu = nome de um dos Obá da direita de Xangô.
Assobá = sumo sacerdote do culto de Obaluaiyê.
Ati = e (conjunção).
Atori = vara pequena usada no culto de Oxalá.
Auá = nós.Anon = eles.Axedá = oriki, nome sacerdotal.
Axo = roupa.Axogun = o encarregado dos sacrifícios.
A-ian-madê = como vão os meninos?
Adupé-lewô-olorun = graças a Deus por ter conservado minha vida e a minha saúde até hoje.
Alabaxé = o que põe e dispões de tudo.
Alayê = possuidor da vida.
Axé = força espiritual e também a palavra amém.
Ayê = céu.
Agô = licença.Am-nó = o misericordioso.
Aba-laxé-di = cerimônia da feitura do santo.
Axexê = cerimônia fúnebre do sétimo dia.
Amadossi d’Orixá = cerimônia do dia do santo dar o nome.
Amacy no ori = cerimônia de lavar a cabeça com ervas sagradas.
Aiê = terra, festa do ano novo.
Ataré = pimenta da costa.
Amalá = comida feita de quiabo com ebá – angú de farinha.
Abará = bolo feito com feijão e frito no epô.
Akará = bolo feito com feijão fradinho, pimenta, camarão seco e frito no epô.Akarajé = o mesmo que o Akará.
Afurá = bolo feito com arroz.
Ambrozó = feito de farinha de milho.
Abân = coco.Ajé = sangue.Ajeun = comida.Aguxó = espécie de legumes.
- B -
Babá = pai.
Babalaô = sacerdote, pai do ministério, aquele que faz consultas através do jogo.
Badá = título sacerdotal.
Baiani = orixá considerada mãe de Xangô.
Balé = chefe de comunidade.Balué = Banheiro.
Bamboxê = sacerdote do culto de Xangô.
Bé = pular, pedir.Beji = orixá dos gêmeos.
Bi = nascer, perguntar.Bibá = está aceito.
Bibé = está seco.Biuá = nasceu para nós.
Biyi = nasceu aqui, agora.
Bó = adorarBô = cobrir.
Bobô = todos.
Bodê = estar fora.
Bóri = oferenda à cabeça.
Borogun = Oriki, aquele que adora Ogun, saudação da família.
- D -
Dagan = título sacerdotal.
Dagô = dê licença.Dê = chegar.
Deiyi = chegou agora.
Dodô = banana da terra frita.
Durô = esperar.
- E -
Ebá = pirão de farinha de mandioca ou inhame.
Ebé = sociedade.
Ebô = comida feita de milho branco, especial para Oxalá.
Ebo = sacrifício ou oferenda.
Edun = nome próprio.
Egun = espírito ancestral.
Eie = pombo.
Ejé = sangue.
Ejilaeborá = nome que se dá às doze qualidades de Xangô.
Ejionilé = nome de um Odu, jogo do orixá ifá.
Ekó = comida feita com milho branco ou de galinha; acaça.
Eku = preá.Elebó = aquele que faz o sacrifício.
Eledá = orixá, guia, criador da pessoa.
Elemaxó = título de um sacerdote no culto de Oxalá.
Elerin = um dos Obá da esquerda de Xangô.
Elessé = que está aos pés, seguidor.
Êpa = amendoim.Éran = carne.
Êrê = as esculturas do orixá beji (dos gêmeos).
Eru = carrego.
Erúkéré = emblema feito com cabelo de animais, usado por Oxossi, Oyá, Egun e pessoas importantes do culto.
Etu = conquém.
Euá = nome de um orixá.
Exu = nome de um importante orixá erroneamente associado ao diabo católico.
- F -
Fatumbi = título de um sacerdote de ifá.
Filá = gorro.
Fun = dar.
Funké = nome sarcedotal.
- G -
Gan = outro nome do agogô.
- I -
Iangui = nome do rei dos Exu.
Ianlé = as partes da comida que são oferecidas ao orixá.
Iansan = orixá patrono dos ventos, do rio Niger e dos relâmpagos.
Ibá = cuia.Ibi = aqui.ibiri = objeto de mão, usado pela orixá Nanã, feito em palha, couro e contas.
Ibó = lugar de adoração.
Ibô = mato.Iemanjá = orixá patrono das águas correntes.
Ijexá = nome de uma região da Nigéria e de um toque para orixá Oxum, Oxála e Ogun.
Iká = modo de deitar-se das pessoas de orixá feminino, para saudação.
Iku = morte.
Ilê = casa.
Ilé = terra.
Inã = fogo.
Ipeté = inhame cozido, pisado, temperado com camarão seco, sal, azeite de dendê e cebola.
Irê = bondade.
Iuindejà = título sacerdotal.
Iuintonã = título sacerdotal.
Ixu = inhame.Iyá = mãe.
Iyabasé = cozinheira.
Iyalaxé = mãe do axé do terreiro.
Iyalodé = um alto título, líder entre as mulheres.
Iyalorixá = Zeladora do culto, mãe do orixá.
Iyamasê = orixá da casa de Xangô.
Iyamorô = título de uma sacerdotisa do templo de Obaluaiyê.
Iyaô = nome dos iniciados antes de sete anos de iniciação.
- J -
Ji = despertar
Jinsi = título sacerdotal.
Jô = dançar.
Jobi = título sacerdotal.
Joé = aquele que possui título.
- K -
Kaiodé = nome de uma sacerdotisa de Oxossi.
Kan = um (número cardinal).
Kankanfô = um dos obá da direita de Xangô.
Kefá = sexto número ordinal.
Kejilá = décimo segundo (numero ordinal).
Kekerê = pequeno.Ketà = terceiro (nº. ordinal).
Kolabá = nome de uma sacerdotisa do culto de Xangô.
Kopanijê = um toque especial do orixá Obaluaiyê.
Koxerê = que seja feliz, e que tudo de bom aconteça.
Labá = bolsa de couro usada no culto de Xangô.
- L -
Lara = no corpo.
Lê = forte.
Lessé = aos pés (lessé orixá – seguidores do orixá).
Ló = ir.Lodê = lado de fora; lá fora.
Lodô = no rio.
Logun = pessoa que pertença ao orixá Ogun.
Logunedé = nome de um orixá.
Loná = no caminho.
- M -
Mariô = tala do olho do dendezeiro desfiada.
Modê = cheguei.
Mogbá = título de um sacerdote do culto de Xangô.
Mojubá = apresentando meu humilde respeito.
- N -
Nanã = nome da orixá, mãe de Obaluaiyê.
Nilê = na casa.
- O -
Obá = rei , ministro de xangô.
Obaluaiyê = nome do orixá patrono das doenças epidêmicas.
Obarayi = nome de uma sacerdotisa filha de Xangô.
Obatalá = uma qualidade de Oxalá.
Obatelá = nome de um dos obá da direita de Xangô.
Obaxorun = nome de um dos obá da esquerda de Xangô.
Obi = fruto africano utilizado nos rítuais.
Obitikô = Xangô.
Oburô = alto título da hierarquia do culto.
Odê = fora, rua.
Odé = caçador; nome que também é dado ao orixá Oxossi.
Odi = nome de um odu, jogo de ifá.
Odô = rio.
Odófin = nome de um dos obá da direita de Xango.
Odu = a posição em que caem os búzios ou o opelé ifá quando consultados.
Oduduá = orixá criador da terra.Ofun = nome de um odu.
Ogã ou Ogan = nome dos homens escolhidos p/ participar do terreiro.
Ogodô = uma qualidade de Xangô.
Oguê = instrumento de percussão feito de chifres de boi.
Ogun = orixá patrono do ferro, do desbravamento e da guerra.
Oin = mel.
Oiakebê = nome de uma sacerdotisa de Iansan.
Ojá = ornamento feito com tira de pano.
Ojé = sacerdote do culto de Egun ou Egungun.
Ojó = dia da semana.
Oju = rosto.
Ojubó = lugar de adoração.
Oké = título sacerdotal.
Okê-Arô = saudação para Oxossi.
Okó = marido.
Okô = roça, fazenda.
Okunlé = ajoelhar-se.
Olelé = bolo feito com feijão fradinho; abará.
Olodê = o senhor da rua, do espaço, de fora.
Olorôgun = festa de encerramento do terreiro antes da quaresma.
Olorum = entidade suprema, força maior, que está acima de todos os orixás.
Olouô = homem rico; senhor do dinheiro.
Oluá = senhor.
Oluayê = senhor do mundo
Olubajé = cerimônia onde Obaluaiyê reparte sua comida com seus filhos e seguidores.
Olukotun = o nome do ancestral mais velho, cabe? ¦ça do culto de Egun.
Oluô = o olhador, o que joga os búzios e o opelé ifá.
Omi = água.
Omo = filho, criança.
Omolu = um dos nomme de Obaluaiyê.
Omõrixá = filho de orixá.
Onã = caminho.
Onãsokun = um dos obá da esquerda de Xangô.
Onìkòyi = um dos obá da esquerda de Xangô.
Onilé = dona da terra.
Onilê = dona da casa.
Opaxorô = emblema de Oxalá.
Opô = pilastra.
Ori = cabeça.
Orô = preceito, costume tradicional.
Orobô = fruta africana que se oferece à Xangô.
Orukó = nome próprio.
Ossãin = orixá patrono das ervas (folhas).
Osé = semana; rito semanal.
Ossi = esquerda, ou a terceira pessoa de um cargo.
Ossá = nome de um odu ifá
Otin = aguardente.
Otun = direita, ou segunda pessoa de um cargo.
Ouô = dinheiro.
Oxaguiã = uma qualidade de Oxalá relacionado com o inhame novo.
Oxalá = o mais respeitado, o pai de todos orixás.Oxalufã = uma qualidade de Oxalá; Oxalá velho.
Oxé = sabão da costa africana.
Oxossi = orixá patrono da floresta e da caça.
Oxoxö = milho cozido com pedaços de coco; comida do orixá Ogun.
Oxum = uma das orixá das águas.
Oxumarê = nome do orixá relacionado ao arco-íris.
- P -
Pá = matar.
Padê = encontrar.
Pê = chamar.
Peji = altar.
Pelebé = pato.
Pepelê = banco.
Peté = Comida exclusiva de Oxun.
- S -
Sarapebé = mensageiro.
Si = para.
Sòrò = falar.
Sun = dormir.
- T -
Tanã = vela, lâmpada, fifo.
Teni = nome sacerdotal.
Tô = suficiente, basta.
- U -
Uá = vir.
Umbó = está vindo, está chegando.
Unjé = comida.
Uô = olhar, reparar.
- X -
Xaorô = pequenos guizos
Xarará = emblema do orixá Obaluaiyê.
Xê = fazer.
Xekeré = cabaça revestida com contas de Santa Maria ou búzios.
Xerê = chocalho especial para saudar Xangô, em cabaça com cabo ou em cobre.
Xirê = festa, brincadeira.
Xokotô = calças.
Xorô = fazer ritual.

Seguem agora algumas palavras e expressões, derivadas do yoruba e de outras influências linguísticas, igualmente de origem africana, mas provenientes de outras nações e que já sofreram entretanto alteração e adaptação fonética por força do português. No entanto, estas palavras e expressões são utilizadas correntemente no dia a dia das casas de santo. Isto para explicar porque algumas letras que não se encontram acima, se encontram abaixo, pois letras como o C não fazem parte da língua Yoruba.



A
Abadá – Blusão usado pelos homens africanos.Abadô – Milho torradoAbebé – Leque.Abassa – Salão onde se realizam as cerimônias públicas do camdomblé, barracão.Adé – Coroa.Adie – Galinha.Adupé = Dupé – Obrigado.Afonja – É uma qualidade de Xangô.Agbô – Carneiro.Aguntam – Ovelha.Ajeum – Comida.Alabá – Título do sacerdote supremo no culto aos eguns.Aledá – Porco.Alaruê – Briga.Alubaça – Cebola.Axó – Roupa.Axogum – Auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa, encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos orixás.
B
Baba – Pai.Babaojê – Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é o nome de todos iniciados no culto aos eguns.Babassá – Irmão gêmeo.Balê – Casa dos mortos.Balé – Chefe de comunidade.Beji – Orixá dos gêmeos.Biyi – Nasceu aqui, agora.Bô – Adorar.
C
Conguém – Galinha da Angola.Cambaú – Cama.Cafofo – Túmulo.Caô – É um tipo de Xangô.Catular – Cortar o cabelo com tesoura, preparando para o ritual de raspagem para iniciação no Candomblé.Cutilagem – É o corte que se faz na cabeça do iniciado; é realizado para abrir o canal energético principal que o ser humano tem no corpo, exatamente no topo da cabeça,(no Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o interior de uma pessoa.
D
Dã – Orixá das correntes oriundas do Daomé.Dara – Bom, agradável.Dide – Levantar.Dagô – Dê licança.Dê – Chegar.Dudu – Preto.
E
Edu – Carvão.Eiyele – Pombo.Elebó – Aquele que está de obrigação.Eledá – Orixá guia.Erú – Carrego; carga.Equê – Mentira.Esan – Vingança.Emi – VidaEnu – BocaEran – CarneEjó – Cobra.Egun – Alma, espírito.Epô – AzeiteEpô-pupa – Azeite de dendêEró – Segredo
F
Fá – RasparFadaka – PrataFilá – GorroFunfun – BrancoFenukó – BeijarFerese – janelaFo – LavarFún – DarFarí – Raspar cabeça.
G
Ga – Alta, grandeGe – CortarGari – FarinhaGururu – Pipoca
I
Ia – MãeIa ia – AvóIalorixá – Mãe de santo (sacerdote de orixá)Iban – QueixoIdí – Ânus, nádegaIbô – MatoIbó – Lugar de adoraçãoIlê – CasaIbá – Colar, cheio de objetos ritualísticoInã – FogoIjexá – Nome de uma região da Nigéria e de um toque para os Orixás Oxum, Ogum e Oxala.Ipadê – ReuniãoIda – EspadaIda-oba – Espada do ReiIderuba – FantasmaIdodo – UmbigoIfun – IntestinoIdunnu – FelicidadeIgi – ÁrvoreIjo – DançaIku – MorteIyabasé – CozinheiraIyalaxé – Mãe do axé do terreiro
J
Jajá – EsteiraJalè – RoubarJi – Acordar, roubarJeun – ComerJimi – Acorda-meJoko – SentarJade – SairJagunjagun – Guerreiro, Soldado
K
Kà – Ler, contarKan – AzedoKekerê – PequenoKoró – Fel, amargoKòtò – BuracoKuru – LongeKo Dara – RuimKu – MorrerKosi – Nada
L
Là – AbrirLê – ForteLile – Feroz, violentoLiló – PartirLarin – ModeradoLó – IrLailai – Para sempreLowo – RicoLu – FurarLodê – Lado de fora, lá foraLodo – No rioLona – No caminho
M
Malu – BoiMeje – SeteMun – BeberMuló – Levar emboraMojubá – Apresentando meu humilde respeitoMo – EuMí – ViverMejeji – Duas vezesMandinga – FeitiçoMaleme – Pedido de perdãoMi-amiami – Farofa oferecida para exuModê – Cheguei
N
Ná – GastarNí – TerNíbi – No lugarNítorí – Por queNu – SumirNajé – Prato feito com argilaNipa – SobreNipon – Grosso.
O
Obé – FacaObé fari – NavalhaOberó – AlguidarObirim – Mulher, femininoOjiji – SombraOju ona – Olho da rua, ( caminho )Okó – PênisOmi – ÁguaOmi Dudu – Café pretoOtí – ÁlcoolOwo – DinheiroOyin – MelObá – ReiOdé – CaçadorOrun – CéuOfá – Arco e flechaOlorum – DeusOta e Okuta – PedraOdo – RioObo – VaginaOtin nibé – CervejaOtin Dudu – Vinho tintoOtin fum-fum – AguardenteOdê – Fora, ruaOlodê – Senhor da ruaOmo – filho, criança.Ongé – Comida
P
Pá – MatarPada – VoltarPadê – EncontrarPaeja – PescarPeji – AltarPelebi – PatoPupa – VermelhoPaki – SalaPatapá – BurroPepelê – Banco
R
Rà – ComprarRere – Muito bemRe – IrRìn – TrabalharRí – VerRonu – PensarRoboto – Redondo
S
Sanro – GordoSare – Rápido, correrSínun – DentroSise – TrabalhoSun – DormirSarapebé – MensageiroSòrò – FalarSi Ori – Abrir a Cabeça
T
Tata – GafanhotoTèmi – Meu, minhaToto – AtençãoTitun – NovoTóbi – Grande, maiorTàbá – Tabaco, fumoTete – AplicadoTanã – Vela, lâmpadaTún – RetornoTaya – EsposaTutu – Frio, gelado
W
Wa – NossoWèrè – LoucoWúrà – OuroWu – DesenterrarWun ni – GostarWakati – HoraWara – Leite
X
Xaorô – Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o processo de iniciação.Xarará – Instrumento simbólico do Orixá ObaluaiyêXê – FazerXirê – Festa, brincadeira
Y
Yàgó – LicençaYan – TorrarYaro – Ficar aleijadoYiyan – AssadoYonrin – AreiaYama – OesteYara-ypejo – Sala

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Filme Se Eles Soubessem...


O filme Se eles soubessem... indaga jovens sobre suas experiências com o racismo presente na sociedade brasileira e apresenta as estratégias intergeracionais e coletivas produzidas para a superação desse tipo de preconceito a partir da escola “Se ele soubesse. Se ele soubesse o quê? Se ele soubesse a história dele, de onde ele veio; a raiz dele. A importância dele ou qual é a importância dele dentro dessa história, dentro deste país ou do mundo”. Quem explica é da animadora cultural do Núcleo de Cultura do Guadá Alba Lúcia, a “Makeba” no filme Se Eles Soubessem...lançado no dia 11 de dezembro pelo Observatório Jovem.
O documentário fala sobre a experiência do Colégio Estadual Guadalajara no trabalho com africanidades e os desafios da implementação da lei 10.639, que torna obrigatória a inclusão da História e Cultura Afro – Brasileira nos currículos oficiais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. O documentário foi feito em parceria com o Observatório da Juventude e o Programa de Ações Afirmativas, ambos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e financiado pelo edital Uniafro do Ministério da Educação.

Ainda que não tenha sido incorporado no filme, o Observatório Jovem também conheceu no processo de pesquisa a experiência do Colégio Estadual Professor Souza da Silveira, localizado no bairro de Quintino, na cidade do Rio de Janeiro. No colégio é realizado o Programa de Reflexões e Debates Para a Consciência Negra.

Após o lançamento do filme foi realizado um debate. Participaram a professora do Programa de Educação Sobre o Negro na Sociedade Brasileira (Penesb/UFF) Iolanda de Oliveira, a coordenadora editorial do programa Salto Para o Futuro da TVE Brasil Bárbara Pereira, a animadora do Núcleo de Cultura do Colégio Estadual Guadalajara, Edlane Pacheco e a pesquisadora do Observatório Jovem e do Penesb Mônica Sacramento.

“Queríamos uma experiência que de certa maneira mostrasse os resultados para os professores que estão com a obrigatoriedade de implementarem a lei. O Núcleo de Cultura do Guadá se encaixou nessa proposta como uma luva porque, na verdade, já existe aí uma experiência de dez anos. É claro que com acertos e erros, mas com conquistas”, ressaltou Mônica Sacramento.
Também no dia 11 o Observatório Jovem do Rio de Janeiro promoveu o seminário Juventude, Escola e Desigualdades, que antecedeu a exibição do filme. O seminário contou com a participação da professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Mônica Peregrino e do coordenador do Observatório Jovem Paulo Carrano.
Veja o trailer do Se Eles Soubessem...em


Sobre o filme, leia também:


O jovem no Brasil


O jovem é um ator social Segundo o IBGE, em 2006, os jovens eram 27% da população, ou 51 milhões de pessoas. Mas 91% dos jovens são pobres – 31% com renda familiar per capita até meio salário mínimo, e 60%, entre meio e dois salários. E eles próprios apontam o trabalho e a educação como suas principais preocupações. “Metade do desemprego atual é de jovens”, diz Jorge Abrahão de Castro, autor, com a pesquisadora Luseni Aquino, do estudo “Juventude e Políticas Sociais no Brasil”, publicado, em abril, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).“Precisamos ter uma política econômica que dê perspectiva de crescimento com geração de emprego. Não podemos pensar em crescimento que não tenha geração de emprego”, diz Jorge Abrahão, que também é diretor de estudos so­ciais do Ipea. E detalha: “Uma política que possibilite, através da ação do Estado, oportunidade de expansão das pequenas e médias empresas, uma política para o setor de serviços, uma área em que o jovem poderia entrar muito bem”.
O pesquisador do Ipea aposta em ações objetivas, como bolsas e outras estratégias não-tradicionais, para fazer o jovem voltar à escola e se qualificar no mundo do trabalho de forma consistente e moderna, considerando as tecnologias digitais. Porque, embora tenha havido incremento do emprego formal nos últimos anos, a razão do desemprego juvenil/adulto cresceu 3,5, e na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad/IBGE), de 2005, os jovens (de 15 a 29 anos) representavam 46% do total de desempregados.
Outra medida importante, na opinião de Jorge Abrahão, é uma coordenação política que perpasse as iniciativas das várias instituições. “No caso da juventude, é necessária uma ação específica, e que recorte as demais instituições. É preciso uma coordenação de política, para poder maximizar a ação do governo.” Nesse sentido, ele acredita que o jovem entrou de fato na agenda das políticas públicas. Especialmente a partir da estruturação de uma Política Nacional de Juventude no país: a criação, em 2005, pelo governo federal, da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), apoiada pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), para implementar o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem
16 de Junho de 2008
Fonte: http://www.arede.inf.br/ Lia Ribeiro Dias


A Rede • A juventude está sendo considerada, pela equipe que fez o estudo do Ipea, não mais como só uma etapa transitória, da infância para a fase adulta. Você poderia explicar o que é esse conceito e por que ele é importante para a definição das políticas públicas
Jorge Abrahão de Castro • Não é uma posição só nossa [do Ipea]. Pesquisadores que trabalham no Brasil inteiro já entendem a juventude como uma fase de per se e não mais como aquela etapa problemática ou preparatória para a vida adulta. Problemática por ser a fase da juventude em contato com riscos, em que a família precisa proteger o jovem, atuar; já a preparatória é a transição para o mundo adulto. Isso vale muito mais para a classe média, porque, para a juventude pobre, o período preparatório é muito curto.O que seria o preparatório? A fase em que a juventude estaria na escola. Depois, encontra trabalho e, dali em diante, tem possibilidade de moradia, encontra um relacionamento puro, constrói uma família e entra para o mundo adulto.
No passado, era uma fase curtinha; com 23, 24 anos, as pessoas já estavam casadas, morando fora da casa dos pais, com trabalho e logo com um filho. Hoje, essa fase está avançando. Na juventude de hoje, você percebe que o período entre a vida adulta e a adolescência está se esticando e se ampliando, pois se passa mais tempo na escola. O jovem está virando adulto depois dos 27, 28 anos.De novo, isso vale muito mais para a classe média. O jovem pobre ainda tem muita dificuldade de chegar à universidade. Esse período, o jovem de classe média até consegue que ele seja muito frutífero, fazendo sua preparação universitária ou sua pós-graduação. Assim, no momento em que o jovem está se preparando, que está nessa moratória social, ele não deixou de ser um ator social. Tem uma vida sexual normal, tem um conjunto de ações próprias e, apesar de não estar ainda no mercado de trabalho, não quer dizer que não tenha uma vida plena enquanto jovem. E, ao ter essa vida plena, é um ator so­cial que merece ser olhado não como quem está em uma fase crítica, mas sim como um indivíduo portador de necessidades e possibilidades.





Afinal, o que são políticas públicas?

O professor da USP Dalmo Dalari, na obra Direito Administrativo e Políticas Públicas, ed. Saraiva, assinala: Não se pode ignorar que a expressão políticas públicas tem relevância no moderno vocabulário de acadêmicos e profissionais que, em diferentes áreas, tratam dos objetivos, das responsabilidades, das ações e omissões, bem como da organização do Estado e de seu relacionamento com entidades públicas e privadas. Pode-se dizer que, embora se esteja ainda bem longe da fixação de um sentido preciso e de aceitação geral, a referência a políticas públicas está ligada às interferências do Estado na vida social para a consecução de objetivos e interesses comuns".


E a juventude?

É praticamente impossível falar em políticas públicas sem levar em consideração que existem em nosso país 47 milhões de jovens de 15 a 29 anos, o que representa mais de um quarto da população brasileira. Antes de aprofundar o assunto, tomemos o bonito exemplo dos cursinhos comunitários (Educafro e outros) nos quais os jovens são chamados a assumir fortemente o protagonismo em várias atividades sociais na periferia, escolas, etc.



Políticas públicas e ações afirmativas focalizadas na juventude, como estratégia detransformação social.

Mais que beneficiários de políticas públicas específicas é importante que os jovens tenham papel ativo na formulação de políticas de seu interesse. É preciso que o jovem tenha conhecimento que a responsabilidade pela construção das Políticas Públicas de Juventude não é apenas do poder público.



Hei, juventude afro, responda: qual é a nossa missão? Estudos recentes, alguns deles realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Ipea, evidenciam as desigualdades vivenciadas pelos afro-brasileiros em todas
as esferas da vida social. As conclusões dessas investigações convergem sempre na mesma direção: sob qualquer aspecto analisado, impressiona a magnitude das injustiças que sofre esse grupo populacional aponta o estudo Desigualdades raciais no Brasil/Um balanço da intervenção governamental, de Luciana Jaccoud e Nathalie Beghin (2002). Ainda de acordo com a mesma publicação, a análise das estatísticas oficiais mostra que, apesar do crescimento econômico que marcou a segunda metade do século XX, as desigualdades econômicas e sociais entre brasileiros brancos e não brancos não se alteraram.
O Instituto Cidadania, organização não-governamental, divulgou em 2004 o Projeto Juventude, após dezenas de reuniões com a sociedade civil que abrange amplamente o tema das políticas públicas. Nas suas conclusões o documento diz a questão racial, ao lado de gênero e classe social, constituem os elementos que determinam opções, situações e condições ao longo da vida, devendo ser considerados elementos estruturantes das políticas públicas de juventude. A diversidade das formas de manifestação cultural e de linguagens identificadas entre os jovens negros é concernente à realidade de um país de enorme extensão territorial e multicultural como o Brasil. As políticas apontadas são, entre outras, diversidade na mídia, cotas raciais nas universidades, ações afirmativas no mercado de trabalho, saúde da população negra, atenção especial à jovem negra e respeito as expressões cultura e religião jovem negra.

Quais são os canais de atuação do jovem? As opções são muitas, como associações, movimento estudantil, grupos jovens, cultural (capoeira, hip-hop), sindicatos, partidos políticos, cobrança com os governos e com o legislativo, não importa o canal, o importante é ser um jovem-cidadão consciente e um futuro profissional ético.